4ª Edição – Série Inclusão Projeto Esporte em 3 Tempos

27 de outubro de 2023 - 17:17 # # #

Voltamos com os relatos dos alunos e professores do Projeto Esporte em 3 Tempos, trazendo o contexto da prática nas areninhas do Estado do Ceará e a participação do professor convidado Dr. Mário Antônio de Moura Simim, da Universidade Federal do Ceará e Associação D’Eficiência Superando Limites (ADESUL) que conta sua experiência com pessoas com deficiência na associação e como profissional de Educação Física.

Inclusão em ação: o papel do Paradesporto na vida das pessoas com deficiência

O Esporte para pessoas com deficiência, também conhecido como Paradesporto, desafia estereótipos e preconceitos, promovendo a inclusão e proporcionando uma série de benefícios físicos, emocionais e sociais para seus praticantes. Neste texto, exploro os benefícios do paradesporto, as principais barreiras que enfrentam para prática esportiva. Além disso, abordo sobre projetos de paradesporto no interior da Universidade Federal do Ceará e oportunidades de prática oferecidas pela Associação D’eficiência Superando Limites (ADESUL).

O Paradesporto desempenha papel fundamental na vida das pessoas com deficiência, proporcionando uma série de benefícios físicos, emocionais e sociais. Estudos demonstram que o Paradesporto está associado a melhoria da aptidão cardiorrespiratória, força muscular, habilidades funcionais, bem-estar psicossocial e indicadores de saúde. Além disso, o paradesporto contribui para a autoestima e a confiança, permitindo que os indivíduos com deficiência percebam seu potencial e alcancem metas desafiadoras. A inclusão no esporte também é uma oportunidade de socialização e construção de amizades, proporcionando um senso de pertencimento e apoio emocional. Além disso, o paradesporto pode abrir portas para oportunidades educacionais e profissionais, ensinando habilidades valiosas, como trabalho em equipe, disciplina e resiliência.

Apesar dos benefícios, as pessoas com deficiência enfrentam diversas barreiras para a prática esportiva. A falta de acessibilidade nas instalações esportivas, a escassez de equipamentos adaptados e a falta de treinadores e professores capacitados são alguns dos obstáculos que precisam ser superados. Além disso, barreiras atitudinais como estigmas e discriminação podem desencorajar a participação no esporte. A conscientização e a educação são cruciais para superar essas barreiras, promovendo a inclusão e a igualdade de oportunidades no esporte. Nesse contexto, as universidades desempenham papel importante nesse processo.

Em especial, a Universidade Federal do Ceará por meio do Instituto de Educação Física e Esportes (IEFES) vem promovendo o paradesporto em suas atividades. Atualmente o IEFES oferece ações de capacitação de professores e treinadores que desejam trabalhar no paradesporto. O IEFES/UFC, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, Secretaria do Esporte do Estado do Ceará (Sesporte) e com a Associação D’eficiência Superando Limites (ADESUL), é um dos núcleos que compõem o Centro de Referência Paralímpico Brasileiro do Ceará. A partir dessa parceria o IEFES oferta a pratica do Para-atletismo para diferentes faixas etárias. Nesse projeto, os professores buscam promover a inclusão e a diversidade, criando um espaço acolhedor para pessoas com deficiência desenvolverem suas habilidades esportivas. Posteriormente, o IEFES irá oferecer atividades de Judô e futebol para pessoas com deficiência. Essas ações não apenas beneficiam os estudantes, mas também enriquece a diversidade e a cultura esportiva da universidade como um todo.

Vale ressaltar que existe a parceria direta entre o IEFES/UFC e a Associação D’eficiência Superando Limites (ADESUL). A ADESUL é uma organização que desempenha papel relevante na promoção do paradesporto e na quebra de barreiras para pessoas com deficiência. Em seu site (https://www.adesul.org/), existem informações sobre programas esportivos inclusivos, eventos e recursos para pessoas com deficiência interessadas em se envolver no esporte. Além disso, a ADESUL promove a conscientização sobre a importância do paradesporto e trabalha para criar ambiente inclusivo. Se você é uma pessoa com deficiência ou está interessado em apoiar essa causa, a ADESUL é uma excelente fonte de informações e oportunidades.

Em síntese, o Paradesporto é muito mais do que uma atividade física; é uma ferramenta poderosa para promover a inclusão, melhorar a qualidade de vida e proporcionar oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional para pessoas com deficiência. Aproveitar as oportunidades oferecidas por organizações como o IEFES/UFC e ADESUL abre possibilidades para pessoas com deficiência, permitindo que eles alcancem seus objetivos e se destaquem no esporte. Portanto, incentivar a prática esportiva para pessoas com deficiência é fundamental para construir uma sociedade mais inclusiva e equitativa.
Relatos de professor

Areninha CFO – Professora Adeline Batista Brindeiro

No núcleo CFO, o aluno Janderson Pereira (Hiperatividade e autismo cid: 10 de F84+F90+F70), 16 anos, na escola não consegue desenvolver as habilidades previstas na sala, o aluno interage socialmente com alguns colegas e participa algumas vezes de exercícios e atividades de classe, ele apresenta déficit se atenção para com os conteúdos dados em sala de aula, ele tem dificuldade em interpretar os textos em sala de aula, como também não consegue escrever no caderno o que tem na lousa, durante as aulas ele se dispersa com facilidade das atividades propostas, criando nele uma indisposição em ficar na sala, muitas vezes ele sai sem permissão para ir na quadra da escola e não retorna para a sala.

Em casa ele fica apenas na televisão, não gosta de tomar banho e nem gosta de ter higiene pessoal, demora a tomar os remédios, diz que este remédio é de doido, eu não sou doido, quando perturbado demais ele é um pouco agressivo, mas só quando provocado, fora isso ele é tranquilo, quando não toma o remédio ele agride ele mesmo.

Na escola, no 5º e 6 º ano, ele aprendeu normalmente onde tem que ter mais concentração, trabalho em equipe, raciocínio, Janderson foi muito bem em sua aprendizagem, mas ele era desorganizado e as vezes era agitado, necessitando que a professora parasse e procurasse compreende-lo.

Ele não gostava das atividades que eram de criatividade, foco e algum trabalho de cognição que ele tinha interesse maior era falar do foi passado em sala de aula, tirando sua dúvida, e quando não conseguia, chorava, gritava e às vezes batia com as mãos na cabeça. Na pandemia ele desistiu de estudar, pois em casa não tinha wifi e ele por ter que ficar usando o da vizinha achava desconfortante. Após o isolamento as professoras alegavam apatia e isolamento dele em relação ao restante da sala.

Areninha Cruz – Professor William Elson de Araújo Vasconcelos

O João Lucas Cruz, 8 anos, é uma criança espetacular, muito inteligente. Mas apresenta algumas dificuldades locomotoras. Ele gosta de atividades em coletivo, mas às vezes quer se isolar.

A sua mãe Michele de Souza, não tem laudo mostrando que ele tem Transtorno Espectro Autismo (TEA), mas está em processo de avaliação com neurologista e tudo aparenta que sim.

Areninha Cruz – Prof: William Elson de Araújo Vasconcelos.

Aluno: João Lucas Cruz Albuquerque tem 8 anos, estuda no 3 ano e não tem laudo, mas apresenta característica de Autismo (TEA), sua mãe Michele de Souza Cruz Albuquerque está em processo de avaliação com neurologista. O João Lucas é uma criança espetacular e muito inteligente, apresenta algumas dificuldades locomotoras.

Areninha Palhano – Professor Hallyson de Lima Leal.

Aluno Franciedson Brilhante Lima, 16 anos, tem deficiência física, participa ativamente das atividades.

Areninha Brejo Santo – Professor Carlos André Tavares

O aluno, Lucas Thiago Rodrigues Balbino, 10 anos, oscila em momentos de carinho e estresse, em conversa com a mãe Luciana Rodrigues, ela fala que a oscilação acontece por conta da quantidade de medicação, porém, está sempre com ele em consultas para regular a medicação quando necessário. No geral, Luquinhas, que é como é chamado pelos amigos e colegas é uma criança feliz, ama muito a prática de esportes, futebol e judô para ser mais específico. No projeto quer fazer de tudo um pouco, ser atacante, goleiro, árbitro, enfim, uma criança hiperativa. Esse é Lucas, um amor de criança.

Areninha Ibicuitinga – Professor José Cleuson Carneiro de Sousa

O aluno, Luiz Felipe Maia de Queiroz, 13 anos, tem Deficiência Intelectual, ele tem hora que se relaciona bem com os colegas mais é um pouco agressivo não tem noção de posicionamento, toque de bola e de espaço, em muitas situações fica se batendo com os colegas.

Areninha Umirim – Professor Fernando Pinto Fernandes

Aluno Francisco Lucas Lopes de Sousa, 14 anos, autismo, tem se destacado na turma pelo seu desenvolvimento diante das atividades, melhorou a socialização com os colegas, antes do projeto reiniciar era um dos que mandavam mensagem todos os dias perguntando sobre quando ia começar as aulas. Participou dos nossos jogos amistosos no núcleo de Uruburetama.